sábado, 19 de março de 2011

**Suicídio de um Poeta**


Soube pelas minhas lágrimas de sangue que minha hora chegou. Não pela natureza por que esta de inteligente só possui a vida, mas pela falta de sorte que me carrego em tantos fardos e cansativos dias. Ah! Como me lembro dos momentos bons em que nos intervalos de minhas tristezas a minha maior alegria era tomar um copo d'água e matar a minha sede.
É engraçado como até em minhas alegrias, a morte está presente.
Ao olhar minhas opções penso que um vidro que rasgasse meu pescoço seria pouco emocionante perto do que realmente acho que mereço e necessito, afinal, sofri demais para ter um fim tão comum. E se me jogar deste prédio? ....
Seria injusto sentir tamanha emoção com o refrescar do vento, a emoção da adrenalina subindo ao coração, a linda paisagem que de cima eu veria, já que minhas maiores emoções como já descrito se resumem a própria morte. Mato-me, mas morro digno.
Então resta-me elaborar a morte perfeita para mim,a final, se o perfeccionismo sempre me acompanhou não seria na hora de minha morte que ele me abandonaria! Pelos menos este belo defeito nunca me deixou só, como todos que por mim passaram.
Fato é, suicídio é tão arte como esta poesia sem rimas e lume que venho desenhando.
Poderia escrever uma carta tão bela e triste como todos os outros que já vi em filmes, em realidades ou em sonhos... Mas prefiro mesmo antes de morrer, ser poeta e mostrar que para mim a morte não faz sentido, todavia a poesia, a morte sempre será uma inspiração.

Até logo!


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Autor: César Vinícius Pereira Lima
Hora: 16:13h
Data: 15/03/2011